domingo, 18 de maio de 2008

Hora certa ?



"Sua hora vai chegar". Cresci ouvindo essa frase, era de praxe um "não" vir acompanhado dela! Tá, tudo bem, realmente têm coisas que precisam de um tempo certo pra acontecerem, o problema é que que nem sempre o tempo "da coisa" corresponde ao nosso. Lembro de uma amiga que tive na adolescência. Sabe aquela menina que tinha a mãe super liberal e, por isso, ia pra todas as festas? Pois é, eu desejava profudamente ter a mesma sorte. Entretanto, comigo era bem diferente! Festa, só uma vez no mês (acompanhada por alguém de maior, claro). Isso era revoltante! Minha vontade era de sair todos os dias, ir pra tudo. Mas eu sempre ouvia: "Sua hora vai chegar".
Mas ela não chegava nunca. Meu desejo era ter logo 18 anos , como se isso fosse mudar alguma coisa (não pense que muda)! Quando você não trabalha, não mora sozinho, ou seja, depende dos pais pra tudo, sua "hora certa" será sempre a que eles convencionarem! Sempre fui muito revoltada com isso. Já bati porta, fiquei dias sem falar com meus pais, pensei em fugir de casa ... Mas, o engraçado é que - depois de um tempo - a gente percebe que convecionar a tal da hora certa não é apenas mais uma forma dos pais pegarem no pé. Nunca esqueço quando aquela minha amiga do início do texto chegou pra mim e disse: "Minha mãe deixa eu ir pra tudo! Não queria que fosse assim"! E podem acreditar, aos 17 anos ela já estava cansando de ir pra festas. Isso de certa forma me aliviou, mas, ainda assim, continuei achando que eu poderia sair mais. Aos poucos fui conquistando uma liberdade maior. Hoje não faço tudo que quero, mas pelo menos não preciso chegar em casa antes da meia noite. É, minha hora certa realmente chegou. Mas tem um problema: ela demorou demais e agora encontro-me cansada! Antes, era só falar em festa que meus olhos brilhavam. Micareta então, nossa! Era o máximo: eu passava o mês inteirinho pensando em como iria reformar meu abadá, escolhendo cintos, shorts, enfim. Agora é diferente, aquela empolgação de antes não existe mais. Claro que certas festas ainda me animam, mas não como antigamente (até aniversario de boneca ou inauguração de quebra mola era motivo pra eu ficar entusiasmada). Apesar de tudo, não posso reclamar! Minha (pseudo) liberdade foi sendo conquistada aos poucos e eu soube (e sei) aproveitar com moderação cada pedacinho dela. Realmente, é preciso que exista a hora certa. Se com 15 anos eu pudesse ir pra tudo, talvez- hoje - até sair na porta de casa me causaria repugnância.
Por: Suyanne
[E sei o que quero. Quando a hora é certa. E tomarei o que é meu (The Clansman, Iron Maiden)].

10 comentários:

M. disse...

Não tenho muito o que comentar, você foi bem coerente. Mas você adquiriu sua independência financeira, não foi isso?

Se foi isso, seria legal dizer às pessoas a importância de trabalhar, etc e tal.

Idylla disse...

esse negocio de hora certa sei bem o q eh isso, já passei muitttooo por isso, hj em dia mais n! ainda ouço de vez emqndo, mas em relação a outras coisas.....
Gostei d seu blog....
beijos

Daniel disse...

Essa florzinha rosa marcando as horas foi quase um ícone semiótico da minha interpretação desse texto.. que eu não vou detalhar, claro :)

Daniel disse...

Mas como eu já me meti, lê esse texto:

Suyanne subiu solitária a cadeira de fórmica na cozinha. Buscou no imo do cerebelo uma firmeza longamente esquecida por suas pernas arcaicas, varadas de varizes avitas. Sustou-se no ar perigosamente por alguns segundos, recobrando o equilíbrio com ambas as palmas das mãos voltadas para o chão. Ergueu o corpo sobre a ponta dos pés para, finalmente, desalçar da parede o empoeirado relógio rosa de ponteiros. Descendo do móvel foi sentar-se à mesa de jantar, onde repousa um prato em que serve o relógio. Ela então o corta em fatias que leva à boca e mastiga lentamente, como se metonimicamente comesse o próprio tempo.

Anônimo disse...

Uma coisa é nossa visão do queremos e vamos fazer com 18 anos e outra é a realidade, acredito que tem tudo hora certa e o que vale é aproveitar essa hora.

Daniel disse...

o relógio é bem bonitinho e original

Kel disse...

Totalmente verdade, quando eu tinha uns 14 anos (Tá não faz tanto tempo assim, mas..) minha maior vontade era sair e sair, hoje que eu até tenho uma liberdade maior e posso ir a certos lugares, me recuso a ir até em aniversário de 15 anos, prefiro ficar em casa..
Também vivia pensando nos meus 18 anos, e agora que estou praticamente pisando neles, queria voltar no tempo, Ter mais uns dois anos pra estudar pro vestibular..

Idylla disse...

hum...eh sim sou de FSA, moro aqui,e por incrivel q pareça eu amooooooooo....hahahaha, vc morou aqui qndo??? em q ano? estudou aonde? Pq Feira todo mundo conhece todo mundo!!! q legalll conhecer uma pessoa daki aki no blo...ameiiiii....
Vou add nos meus favoritos p ta sempre lendo seus post..gostei muito e p agente ter mais contato tb...

Bjjoo

Idylla disse...

faço faculdade la na FAT...e ja estudei no acesso!!!! nem fui p o Caju de Ouro, sabia q seria ruim hauhuahuahua.....
beijiinhooosss =))

Anônimo disse...

eu, por acaso, sei quem é a tal amiga da história?? me responde por orkut! uahuahuahuahuaha
adorei seus textos, amiga!
beijão
Lana